sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Só Tinha De Ser Com Você

É, só eu sei, quanto amor eu guardei 
Sem saber que era só pra você 
É, só tinha que ser com você 
Havia de ser pra você 
Senão era mais uma dor 
Senão não seria o amor 
Aquele que a gente não vê 
O amor que chegou para dar 
O que ninguém deu pra você 
O amor que chegou para dar 
O que ninguém deu pra você 
É, você que é feita de azul 
Me deixa morar neste azul 
Me deixa encontrar minha paz 
Você que é bonito demais 
Se ao menos pudesse saber 
Que eu sempre fui só de você 
Você sempre foi só de mim 
Que eu sempre fui só de você 
Você sempre foi só de mim

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Encontros com a solidão

porque insistes comigo?
não vês que não te quero?

nosso história terminou
seu tempo acabou

me esnobou, me maltratou
hoje, ah hoje...

nâo podemos nem amigos ser
viva sua história longe deste lugar

lhe procuro, se preciso for
mas, agora me deixe
não sou mais seu par

nunca fomos felizes juntos
acho que nunca te quis...

sei que muita gente te quer
sei que tens abrigo em muitas almas
vá, suma, morra...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Ecos

É preciso aprender a viver. 
Eu treino todos os dias.
Meu maior obstáculo é eu não saber quem sou.
Vou tropeçando, às cegas.
Se alguém me amar do jeito que eu sou, talvez eu realmente me arrisque a olhar para eu mesmo.
Pra mim essa possibilidade é bastante remota...

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Um dia desses

Lilith (apelido carinhoso de Eliane), acordou estranha, assustada, aflita e sem notar as horas decidiu por levantar.

Ainda zonza, passou uma água no rosto, tomou rapidamente um gole de café puro e frio, assim como estava o tempo. Colocou sua roupa de sempre: meia arrastão, mini-saia, top e um tênis roxo cano alto, pôs em sua bolsa uns trocados, algumas balas e resto do seu cigarro.

Saiu para a vida. Notou que não havia ninguém nas ruas, nem carros, nem ônibus, nem buzinas, apenas algumas cigarras e grilos. Que por falar em grilos, este silêncio absurdo deixava Lilith grilada “meu, cadê todo mundo?” dizia ela, e sem mais que derepente passou por ela um homem gordo, apressado e suado e neste instante ela perguntou sobre as horas, o homem com a voz cansada olhou rapidamente para seu relógio e disse ser quase seis horas...

Lilith ouviu aquilo assustadamente, pois nunca em sua louca e frenética vida havia levantado da cama tão cedo, mas o que mais a assustou não fora o horário, nem a escuridão e nem o silêncio, foi o medo, a vontade de sair dalí de correr e a mais louca idéia de gritar, girtar o mais alto que pudesse, que conseguisse.

Decidiu Lilith não voltar pra casa e nem parar, mesmo sem ter onde ir e o que fazer. Entrou no primeiro ônibus que viu pela frente, percebeu que levava consigo alguns trocados e os utilizou para arcar com a passagem. Escolher um lugar para sentar no ônibus não foi dificil, ainda mais porque todos os lugares estavam vagos, não havia um só alma, além do motorista e cobrador.

O ônibus seguia e Lilith ainda sem saber onde estava indo, começa a perceber as pessoas subindo e cada vez mais pessoas e aquilo não parava de encher. Lilith atordoada olhava pasma aquelas pessoas fingindo estarem felizes, conversando em voz alta os mais variados assuntos, desde a senhora que havia pego o marido com a amante, passando pelas garotinhas indo para e escola e até mesmo um pastor pregando a palavra...

Naquele momento, o ônibus lotado, o empurra pra lá, o empurra pra cá, os sons, as pessoas estavam muito incomodando a jovem Lilith, e quando ela percebeu a parada do ônibus, desceu sem pestanejar e bravejou “ninguém merece, quanta gente louca...”.

Nem sequer por um instante Lilith quis saber onde estava, porque estava daquela maneira e o que tanto a agoniava, mas para ela era importante continuar seguindo, parecia estar fugindo de algo e assim seguia, alternando entre o andar e o correr. Passou em frente um loja de eletrônicos e pode ver em um aparelho televisor que passava o jornal da manhã, o que a fez lembrar já era por volta de horas e isso trazia nela lembrança de seu pai, antes de ir trabalhar. Foi no mesmo instante em que Lilith parou frente ao telejornal, que uma conhecida a comprimentou. Perguntava para a amiga o que havia acontecido, por ela andava por estes meses e porque estava com aquele olhar perdido e assustado. Lilith, ainda assustada por ser reconhecida, só respondia que não era nada e estava por ai, e assim seguiu sem dar muita importancia ao fato.

Começava seu corpo a dar os primeiros sinais de exaustão e a fome estava ficando insuportável, mas para sua agonia não havia mais nenhum trocado em sua bolsa, porém algumas balas e poucos cigarros. Primeiro foi o cigarro, um dos poucos que ainda restavam, talvez naquele momento o único amigo, e por fim a bala.

A pequena Lilith se deu conta que suas poucas coisas estavam acabando e ainda tinha de ir para algum lugar, um lugar misterioso e secreto, tão secreto que nem ela sabia onde seria. Neste momento, Lilith não sabia onde estava, porque estava daquele jeito e se sentiu sozinha, com frio e com medo. Estranhava tudo ao seu redor, assim como todos que passavam por ela. Cada um com seus problemas e frustações, que ele não poderia nada entender, pois não dava conta de mesmo de ter noção dela.

Lilith em plena luz do dia, no meio da multidão sentia um enorme frio e chorava imensamente, que de tanto chorar chorar chegava a soluçar. Começou um esforço a tentar entender o que acontecia, quem era ela e o que era aquilo. Lembrou de um número de telefone, mas não sabia de quem era e se aquilo podia ser uma boa. Como não havia mais nada em sua bolsa, insistiu por diversas vezes o número telefônico que vinha em sua cabeça, após a quinta tentativa Lilith ouviu na outra ponta da linha que alguém acabara de acordar. Era uma voz de homem, que friamente perguntava quem era que tanto institia e que a acabou por acardá-lo.

Como Lilith também não sabia quem era, perguntou quem seria o dono daquela voz, até que após algumas trocas de palavras a voz masculina diz “Liliane, é você?”, e Lilith responde “acho que sou e você quem é?”. O homem dizia ser seu pai e perguntou por onde ela andava e o que fazia acordada sábado tão cedo, além de uma série de outras questões que o pai naquele momento pensava ser importante perguntar a filha. A filha, Lilith, não conseguiu sequer dar ouvidos ao que o pai dizia, mas sabia que precisava de ajuda e assim pediu ao pai, que por sua vez perguntou onde a filha estava... Passados alguns minutos, o pai de Lilith a encontra em uma calçada qualquer, largada e exausta quase que desmaiada. Percebeu ele que não havia tempo para perguntas, como as do tipo: o que houve, onde estava você e todas as demais, sabia ele apenas que a filha precisava que alguém a socorresse e assim foi feito.

O pai de Lilith, a chamava de Lili e notou uma estranhesa em seu olhar, o que ele podia ver no rosto de sua filha, ele não podia acreditar. Não queria saber que a filha poderia estar sob efeito de alguma droga e dizia para ele mesmo que aquilo podia ser uma indigestão ou até mesmo queda de pressão.

Lilith no carro do pai, não podia se dar ao luxo de pensar, não havia energia para isso e apenas apagou. Horas mais tarde, abriu os olhos notou que estava em um lugar limpo, calmo com outras roupas, bem cheirosas por sinal, e que estava com uma fome monstruosa.

Deu conta que estava na casa de seu pai, e que um dia aquela casa havia sido sua também. Como já conhecia sobre a casa, desceu em direção a cozinha para encontrar algo para comer. Passou frente a sala, percebeu que nela estavam sentados lado a lado, seu pai e sua atual esposa, ambos felizes assistindo algo na TV. Seu percebeu sua presença e imediatamente, separou da esposa e foi em direção a filha, que nem sequer parou para esperar. O pai, atrás da jovem, já na cozinha perguntou sobre o ocorrido, sobre o que houve e que não havia entendido nada. A filha, não disposta contar suas coisas (nem ela sabia) apenas disse ao pai não ter tido um dia bom. O abismo que separava o pai da filha era nítido e mesmo ele sabendo que aquilo poderia não ser verdade aceitou aquilo. Começaram a conversar sobre assuntos menos importantes, sobre banalidades e algo neste gênero. Tentando uma aproximação com filha a filha, Heitor pergunta se ele precisa de algo, se ele pode fazer alguma coisa por ela e a jovem, sem titubear diz que precisa de dinheiro.

Heitor se viu em uma situação embaraçosa, pois negar pode resultar a filha passar dificuldades, entregar poderia fazer o que ele exitava em acreditar e decidiu por dar o dinheiro. Disse também que mandaria entregar comida em sua casa e mais algumas coisas. Lilith sentiu um grande constragimento ao ouvir aquilo, pediu o dinheiro e assim que o pai entregou, foi embora correndo sem ao menos se despedir.

A cena partiu o coração do pai, lembrou que não era a primeira vez que isso acontecia e sabia que não seria a última, não sabia ele o que fazer e nem tão pouco o que pensar, apenas ficava com a sua dor.

Lilith pensava apenas em ir a sua casa, esquecer aquele dia de sábado...

 

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Incondicionalmente

Podia sair à rua de pijama, de cuecas ou com a roupa do avesso, tu estarias lá para mim.
Podiam dizer-te que sou a pior pessoa à face da terra, não acreditarias, assim como não acreditas quando tento fazer-te crer que "lhe" liguei, porque conheces a minha essência! Não que ela me console, mas consola-me que me aceites como sou.
Podia ter uma coroa e vestes púrpura e carmesim ou então ser uma pobre moribunda de pés negros e roupas em frangalhos, tu estarias lá para mim.
Podia adoecer, enlouquecer, tornar-me hippie, nudista, emigrar para os Polos ou refugiar-me no Tibete, tu estarias comigo.
No extase e na fossa tu estás a meu lado (e a teu lado da fossa ao extase é um pequeno passo!).
Obrigada por cuidares de mim com esse enorme desvelo, por compreenderes o meu jeito inseguro, por afastares todo o baixo astral (no lugar de palavras desagradaveis...). Obrigada por não me abandonares quando me torno na pior das pessoas, por não levares a peito os disparates que digo tantas vezes!
Obrigada por tentares fazer-me ver o que valho.
Obrigada por não desistires de mim.
Sara

Amador Queiros

Certo dia Amador Queiros iniciou uma série de questionamento sobre ele mesmo, sobre a vida e principalmente sobre as pessoas.

Ao longo do tempo Amador foi percebendo o quão difícil era entender. Não percebia ele, porque as vezes fazia determinada coisa que sabia, ou pelo menos não queria dar conta que isto não seria o ideal.

Percebeu que quanto mais cometia tal ato, mais e mais ele sofria e ainda assim repetia o fato. Estaria ele apaixonado pela dor?

Neste tempo, ele voltara a refletir e cada vez que se dava este luxo, mais questões surgiam e ainda mais atormentado ele ficava.

Dizia ele não ter tido a oportunidade de ter uma vida clara, bela e repleta de satisfações, dizia ele também que as oportunidades foram dadas de igual maneira, sendo ele o unico responsável por não ver e não enteder.

Ele dizia também que o que acontece hoje, agora é uma espécie de reflexo dos atos tomados atrás, o que de certa maneira pode trazer uma explicação lógica e concreta, porém de lógico e concreto ele entende bem.

Tem as pernas presas e acorrentadas a uma corrente criada por ele mesmo. Pensava ser ele o único responsável por sua dor, e até é, porém era incapaz de se ajudar ou até mesmo de pedir ajuda.

Dizia ele que a vida se encarrega de cuidar, que o tempo tem um papel importante neste história, mas que o tempo, a vida e tudo mais eram apenas questões filosóficas.

Amador que não atravessava um bom momento em sua vida, dizia estar sofrendo por delisulões. Desilusões que ele mesmo plantou.

Continuava dizendo ele, que havia perdido a fantasia, o gosto pela vida o desejo e de certa maneira a alegria de viver.

Ela estava vivendo a vida como ela de fato é. Neste caso, toda a escória da humanidade era percebida a flor a pele.

Era difícil para ele perceber que, embora a vida seja assim, triste, bárbara e cruel, também existia um lado lúdico, mágico e belo.

Para Amador era difícil perceber que em determinados momentos o melhor a se fazer é nao ter as respostas, é ficar com as perguntas e compreender os sentimentos e sensações.

Sabia ele que o único sentido e sentimento era medo e dor. Medo de secar, medo de amargurar e de não mais fantasiar. Dor por saber que não sabe quando acaba a dor e se é que acaba a dor.

Amador continuava a insistir na dor, na tristeza e solidão. Quem o conhece não poderia conceber, entender porque ele parecia querer ficar assim, porque não reagia, não gritava e vivia.

O que Amador mais queria era entender a si mesmo, entedendo assim de certo modo o outro. O que ele deixou de perceber é pode dar conta apenas de si mesmo, pode apenas pensar em suas questões e que as questões dos outros, são e devem ser pensadas pelo outros.

Amador aos poucos conseguia sorrir, conseguia acalmar a tão dolorosa alma, e sabia principalmente, que toda a fantasia, toda leveza não estariam em outro lugar senão nele mesmo.

Amador também se cansava e sabia que o relógio era cruel e ele só queria acelerar...